domingo, 8 de maio de 2011

O SOL E A PENEIRA

O SOL E A PENEIRA
O Sol nasce e põe-se todos os dias, a peneira nem sempre peneira, só quando tem matéria para essa função e nos tempos que correm, pouca ou nenhuma actividade funcional de produção desenvolve. Pertencemos a um Distrito e consequentemente a um Concelho no qual a prática de tapar o sol com uma peneira é prática diária, temos muito embelezamento exterior, para turista ver, mas interiormente a praga da pobreza e da miséria alastra como um tornado.
No Alto Minho vive-se uma das piores situações do Pais. Nos últimos dois anos, encerraram mais de 100 empresas, o desemprego aumentou quase 50% situando-se em cerca de 12 mil desempregados, dos quais cerca de 60% são mulheres, sendo que a maioria não recebe qualquer subsídio e que, no último ano, foram cortados apoios a mais de 400 famílias.
É aqui que se regista uma das mais elevadas taxas de pobreza de Portugal e da zona euro, mais de 25% das pessoas vive em situação de pobreza. É aqui que ocorrem  graves situações sociais que os professores encontram em muitas escolas, onde é cada vez maior a percentagem significativa de alunos que tem na cantina da escola a única refeição completa do dia.
E, no entanto, o que fizeram os seis deputados eleitos pelos cidadãos do círculo eleitoral de Viana do Castelo nas últimas eleições legislativas  - 3 do PS, 2 do PSD e um do CDS  - taparam o sol com uma peneira, não se opuseram às políticas que levaram a esta situação. Nem sequer apoiaram a posição do PCP contra as portagens nas SCUTs ou as propostas de investimento público necessário para o desenvolvimento e progresso social do Alto Minho e mantêm-se mudos perante a ameaça de privatização dos Estaleiros Navais e os problemas que daí podem advir para os trabalhadores e a região.
É tempo de fazer nascer o Sol todos os dias no Alto Minho, fazendo para que o Distrito de Viana do Castelo tenha deputados da CDU na Assembleia da República, para lutar por uma política que dê prioridade à produção, ao emprego com direitos, à inclusão social, lutando pela elaboração e execução de um plano integrado de desenvolvimento regional, em colaboração com as autarquias, as escolas, incluindo o Instituto Politécnico e a Escola Profissional de Música, as organizações sindicais e empresariais da indústria, do comércio e turismo da região, os agricultores e pescadores, as associações da cultura, do desporto e as instituições de intervenção social.
É tempo de pôr a peneira a peneirar e exigir a regionalização com adequados meios financeiros e investimentos públicos, que apoie quem produz e quem trabalha, que crie os necessários equipamentos sociais, incluindo as creches e infantários, os centros de dia, os serviços públicos de saúde e educação, e não esqueça os investimentos essenciais para concluir o auditório da Escola de Música em Viana, a Escola Superior de Desporto em Melgaço, a modernização da linha férrea Valença / Porto e a construção de uma nova ponte sobre o rio Lima, em Viana do Castelo, além da conclusão das vias rodoviárias estruturantes A28 ate Monção/ Melgaço e do IC28 até à fronteira da Madalena.
No Alto Minho não se pode mais querer tapar o Sol com uma Peneira, precisa de um plano social de emergência que dê resposta urgente aos casos graves de pobreza, fome e miséria para rapidamente dar respostas sociais às famílias carenciadas, às crianças, idosos, mulheres e jovens que se encontram sem apoios adequados a uma vida com um mínimo de dignidade.
Para que o Sol nasça e se ponha todos os dias para todos os Alto-minhotos, é necessário e urgente criar emprego com direitos, melhorar o poder de compra das camadas populares, designadamente dos reformados, camponeses,  trabalhadores e pescadores, dar particular atenção à luta contra as  discriminações de que as mulheres continuam a ser  vítimas com mais baixas reformas, desemprego e trabalho precário e mal pago.
Em Junho, cinco,  com o calor do Sol vamos dar um grande contributo para a  ruptura com as políticas actuais, e para a mudança necessária escolhendo  um deputado da CDU que represente o Alto Minho na Assembleia da República.


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