quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Vale a Pena Ler


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dolargo25deabril
11-09-2012
Vale a Pena Ler
Pela inteligência com o que tema é posto, é de leitura muito conveniente, principalmente para aqueles que se deixam influenciar, sem pensar, pela demagogia populista e conservadora que habitualmente encontramos nos textos que por aqui (e não só…) circulam e que não são nada inocentes…
A chegar à caixa de correio eletrónico de muita gente circulam umas mensagens, incluindo uma petição do mesmo teor, propondo-se acabar com as regalias dos deputados em nome da justiça social.

Que há regalias dos deputados que deveriam pura e simplesmente acabar (como as pensões vitalícias de que Ângelo Correia e Dias Loureiro, apesar do muito que já ganham, não pretendem abrir mão), estamos todos de acordo.
Que ganham demais, tendo em conta a média nacional (cerca de 3.000 euros líquidos na Assembleia da República e um pouco menos na Assembleia Legislativa da RAA), também é verdade. Mas já tenho sérias dúvidas que procurar mobilizar prioritariamente os cidadãos para acabar com as regalias dos deputados constitua a melhor forma de repor a justiça social.

Por melhores que sejam as intenções, o abuso de simplismo utilizado na linguagem e nos objectivos destas mensagens, visando “orientar” o descontentamento que alastra, resulta num autêntico tiro pela culatra…
Só António Mexia (EDP), com os seus 258.333 euros/mês, ganha quase o dobro do que ganham por mês TODOS OS 57 DEPUTADOS da Assembleia Legislativa da RAA. E se somarmos ao vencimento principal deste senhor, os vencimentos principais de Zeinel Bava, da PT (208.333 euros/Mês), de Paulo Azevedo, da SONAE (100.830 euros/mês), de Ricardo Salgado, do BES (100.000 euros/mês), de Alexandre Santos, do Pingo Doce (94.166,67 euros/mês) e de Eduardo Catroga, da EDP (45.000 euros/mês, mais os cerca de 9.000 que recebe de pensão vitalícia da A.da República), teremos que estas 6 PESSOAS ganham juntas um rendimento principal de cerca de 790.000 euros/mês, ou seja, mais do que ganham juntos TODOS OS 230 DEPUTADOS da Assembleia da República! A estes rendimentos juntar-se-ão aqueles que provavelmente a maioria, ou outra meia dúzia como estes, aufere por ter simplesmente o nome como membro do Conselho de Administração ou como gestor em outras 5 a 15 empresas ou instituições, de acordo com estatísticas recentemente divulgadas…
Quanto mais não fosse, só esta razão bastaria para pôr legitimamente em causa a pontaria dos mensageiros que veem no fim das regalias dos deputados a grande bandeira de luta pela justiça social!

Mas  seria preciso ir mais longe. Tal como os partidos, e ao contrário da ideia simplista veiculada nas mensagens referidas, os deputados não são todos iguais e resultam da reconversão representativa dos votos dos eleitores em diferentes forças políticas. Sem representantes/deputados (bons ou maus…) das diferentes opiniões e interesses do país e da região, não há regime democrático.
E se há uns que pouco mais fazem que votar ou usam o parlamento para tratar de negócios particulares, de mãos dadas com a corrupção, outros há que, pela sua dedicação e seriedade, não prescindem do parlamento e dos poderes legislativos deste como legítima arma de luta pelos interesses do povo, do país ou da região. Há os que prescindem de regalias e até votam contra elas. E também aqueles que quando se candidatam se comprometem por escrito a não serem beneficiados pelo exercício do cargo, em caso de eleição…
Ser-se deputado das forças políticas actualmente maioritárias, transformou-se, para muitos, numa oportunidade de negócio ou numa carreira onde as ideias mudam como o vento e se servem múltiplos interesses particulares.
Ser-se deputado de outras forças é uma honra e um compromisso político de serviço à comunidade onde se inserem.
Se o deputado não presta, seria conveniente dar maior atenção à origem partidária dos votos que o geraram e simplesmente assumir uma escolha eleitoral diferente, em lugar de se abster, lamentando que nenhum presta…
*este texto foi remetido para o blog, não tendo sido identificado o seu autor

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Encontros perfumados


Encontros perfumados

Nos vemos por aí... Assim foi aquela despedida dos encontros perfumados, em férias citadinas! Mares, de praias inundadas por biquínis de bolinhas coloridas, a satisfazer todos os gostos da sensação visual. Montes, enfeitando a floresta verde e refrescante, ninho de caricias românticas, murmúrios das paixões, cânticos de fadas do cúpido estival. 
Deslumbrantes, Praças iluminadas por estátuas ao vivo, espargindo magia e arte, em calmosos gestos, propagando encantamento, nos perfumes de mistérios, momentos íntimos de entrelaçadas mãos nas mãos, em delírio com a beleza da paisagem, monumental, arte representada em espaço aberto, magnitude assombrosa, paisagens de culturas originarias.
Descrito e destapado, o véu do quadro de veraneio estival sem guião turístico. Partiram com a imaginação solta, para os desafios de estar em pé, com firmeza, como estátuas vivas, movendo-se nos encantos de um jardim florido com pétalas de ternura. Subiram, a imponência de uma Serra, ouvindo os sopros da condição humana nos trilhos da dignidade. Contemplaram, o canto de uma melodia trovada, ao cair da noite, em serenatas amorosas. Descansaram, estendidos, no orvalho da madrugada, embebidos no saborear, de uma bebida exótica com água da nascente de todas as fontes da pureza ambiental, entorno, de percursos deslumbrantes, daquele sítio mágico da natureza.
Acordados dos sonhos estivais, relaxadamente sentados numa esplanada, degustaram, um gelado de sabor fresa e chocolate, pintura da alma e, prazer descontraído, para restaurar o corpo e a mente em época de repouso. Montados, no velocípede duplo avançaram pedalando por caminhos pedonais junto ao rio de águas puras, até ao por do sol que, subtilmente desaparecia no horizonte, escondendo-se por detrás das montanhas, emprestando, o esplendor das suas cores ao imponente espectáculo deste fenómeno do mundo natural, para colorir as rotas especiais de aventuras ao ar livre.
Estás para aí com essa lenga-lenga toda, e a identificação das personagens, quedou invisível! Porque será que as personagens não têm nomes? Agora percebo! Apareceram os feiticeiros usurpadores do direito a ter época de férias, magicando o sumiço das moedas reais para gozar esses tempos de mudança de rotina cotidiana e, os protagonistas originários destas aventuras íntimas, esfumaram-se no nevoeiro do mal viver. O melhor é por ponto final na descrição dessa estória, “tipo era uma vez”! E espalhar a semente do belo e da esperança, antídoto contra as feitiçarias dos poderosos que, querem dominar o nosso mundo natural e, tirar-nos a dignidade de sermos felizes, em todos os momentos de construir os sonhos perfumados, para restaurar o corpo e a mente.

Rua de Souto, 3 de Setembro de 2012