terça-feira, 3 de outubro de 2017

Memórias de uma viagem tropical (revisitadas e revistas) há 20 anos*

Gran Teatro de Habana no paseo del Prado
Memórias de uma viagem tropical (revisitadas e revistas) há 20 anos*

Passados vinte anos e desfolhando o álbum da memória, palpita nos sentimentos a alegria do sabor daquele distante, presente, vivido como lembranças que perduram para sempre na vitrina dos belos momentos de toda uma viagem de sonhos.
Naquele três de outubro de mil novecentos e noventa e sete, às cinco da manhã, inicia-se a partida rumo ao aeroporto de Vigo ali na vizinha Galiza com destino até Havana/Cuba. Antes da saída de Ponte de Lima um breve ponto da situação - todo o pessoal trouxe o passaporte? - Não falta um! - E o comandante não está no comando? - Esse com a ansiedade rumou ao aeroporto de Vigo nas vésperas do dia do voo!

Assim se iniciou a viagem daquele grupo de dez limianos, assíduos paradeiros da Rampinha. Ao aterrarmos no aeroporto de Varadero/Cuba, houve um murmúrio de prenúncio ao ouvido de um compincha “Quando saí de Cuba, deixei enterrado o meu coração”. As aventuras e peripécias começaram a ser rodadas e filmadas em películas de deslumbramentos. O comandante (El Xaxa) envolto na bandeira com a imagem de Che Guevara, vai á revista das maletas e expõe os seus regalos para serem revisitados, desde perfumes até peças íntimas.
Na viagem de autocarro de Varadero a Havana, aproximadamente 110 quilómetros, muitas dúvidas e inquietudes passaram pelas mentes. Chegados a La Habana, logo passamos a ser “habaneros” no lindo hall do Hotel Plaza, recebidos com a famosa canção “Comandante Che Guevara” do trovador Carlos Puebla.

Com o entusiasmo já de si apoderado, alguém abandonou a maleta; que outro alguém a transportou para o quarto número tantos de tal do hotel. Refeitos do cansaço da longa viagem de imensas horas, começaram os percursos pelas ruas de Havana em que os momentos vividos passaram a ser retratos gravados na retina das recordações do grupo.
 Nos dias da estadia em terras caribenhas nasceu o ritual não programado, andassem por onde andassem, todos os dias às cinco da tarde comparência de um a um no Bar do Plaza, tremendos e longos encontros de convívio pela noite adentro com estórias assombrosas e imprevistas, até ao ponto de criar a ilusória dúvida nos trabalhadores do hotel, de se, em Portugal se dormia?
Num dia daqueles de outubro, aconteceu a repentina surpresa de o eufórico anúncio por dois afoitos boémios em terras habaneras - Pessoal, hoje fizemos contrato com um grupo musical que canta a nossa canção “Coimbra”, às tantas horas estão cá no hotel para actuarem. Deu raia porque o “cachet” não foi bem negociado e não houve actuação! Tremenda confusão sanada com elevação, respeito e determinação.

Na prodigiosa Havana, cidade de autêntico feitiço na beleza das fachadas coloridas das suas casas e nobre em património monumental e arquitectónico; registamos momentos únicos no diário da viagem, postados ainda hoje no álbum das imagens da mente: deslumbrante paisagem lá da açoteia da casa do António, uns brindes de recepção e de apresentações, uns tragos de rum, conversas pitorescas e algumas anedotas rocambolescas à mistura; daí partimos os “alcunhados de 3ª. Idade” até ao famoso “El Pátio da Catedral” um dos locais mais belos e agradáveis do Centro Histórico de Havana, uma inesquecível tarde de música ao vivo, completada com um fabuloso sorteio de uma estatueta premiada para quatro “habaneros” portugueses de Ponte de Lima; Na famosa Floridita “cuna do daiquiri” saboreamos a famosa bebida predileta do grande escritor Ernest Hemingway; na mesma rota entramos na Bodeguita del Medio “catedral do mojito” bebida saborosa, tipo coquetel com folhas de hortelã. Restaurante/bar com discreta vigilância de segurança por naquele ano de 1997 em setembro; um mês antes de a nossa visita ter sido alvo de atentado terrorista, uma bomba explodiu no restaurante e várias dezenas de pessoas ficaram feridas. Desconhecedor na altura deste vil acontecimento, um dos membros do grupo expressava amedrontado; é rapaziada, não acreditais, mas parece que estamos a ser perseguidos?

Numa tarde admirável passada de visita ao edifício mais emblemático de Havana, o Capitólio, majestosa e histórica edificação, desfrutamos do excecional e riquíssimo historial do seu interior. Relaxados e tranquilos na esplanada do imenso varandim com uma vista privilegiada e deslumbrante do “Paseo del Prado”, percurso de gentes com salsa e rumba no andar; com trova e boleros na voz; gente imaginativa, alegre, inteligente, solidária e internacionalista, que traz na sua cubania o labor de “Pátria é humanidade, testemunho de José Marti”. Um Povo que faz do imenso Malecón a sua bandeira que agita a alma e a beleza da Cuba linda Cuba.

Antes que acabe o rolo do filme, aqui vai a projecção de uns slides maravilhosos e aventureiros desta viagem tropical: em dois carros alugados, os dez componentes do grupo foram de viagem até Varadero, não houve lagosta para ninguém, só uns furos nos pneus durante o trajecto e guajiros (campesinos) nos seus cavalos empunhando o seu machete (facão de mato) nas suas lides campesinas; A fabulosa noite no Palácio da Salsa com a dança do abana “cu” e com direito a desfilar pelo palco; O verdadeiro e deslumbrante espectáculo no mítico Tropicana um dos melhores shows do mundo de cabaret ao ar livre, autêntico paraíso debaixo das estrelas; Na noite da despedida, o cubaníssimo jantar no Paladares com a solenidade adquirida para uma cerimónia de deixar a marca solidária limiana, e dizer até sempre Cuba!

Fim do relato revisitado e revisado em jeito de lembranças, não vamos gastar a fita toda do filme para que a lente da memória, de cada um dos dez (agora nove) que formavam o grupo, se projecte no seu diário da viagem há vinte anos a Cuba, nascida das sempre boas ideias, dos convívios e das iniciativas, da mítica Cervejaria Rampinha, arquitetadas pelo sempre presente Luis Tavares.

Em Havana/Cuba em Outubro de 1997
Rumbando
Com café e rum
na mesa tropical
servidos em louça cristalina
irradiando toques de tranquilidade
em tarde amena de outubro

Toalha de aventuras
pintadas em aguarelas
sonhadas da eterna firmeza
dos encontros de agosto
essência de criatividade mítica
força dos quadros memoriais
da guevariana Rampinha

Com café e rum
transitando por caminhos
fraguados com sombras míticas
das imperiais Palmeiras
em tarde amena de outubro

Em passos suaves de rumba
fazendo tremer a terra distante
com suaves gestos nostálgicos
tocados na batida dos tambores
rumbando a café e rum

Na mesa tropical dos sonhos
feitos ternura solidária
transitando por caminhos tropicais
rumbando com café e rum
em tarde amena de outubro

Rua do Souto, 15 de agosto de 2012
Tarquínio Vieira

* Ponte de Lima, “crónica revista” em 2017
Tarquínio Vieira



La histórica carta del Che a Fidel: su despedida hacia la inmortalidad ( Facsímil y Video)

La histórica carta del Che a Fidel: su despedida hacia la inmortalidad ( Facsímil y Video): El 3 de octubre de 1965 se dio a conocer que el Partido Unido de la Revolución Socialista adoptaba el nombre de Partido Comunista de Cuba y se presentaba su primer Comité Central. En especial conjunción, Fidel daba lectura a la carta de despedida de Che Guevara. “Hay una ausencia en nuestro Comité Central -continuó…

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Cuba afirma en ONU que fracasarán intentos de destruir su Revolución

Cuba afirma en ONU que fracasarán intentos de destruir su Revolución: Discurso del Ministro de Relaciones Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez Parrilla en el 72 Período de Sesiones de la Asamblea General de la ONU. Nueva York, 22 de septiembre de 2017.

terça-feira, 19 de setembro de 2017

A involução da democracia em Ponte de Lima

Preocupante involução na democracia participativa em Ponte de Lima

A degradação da democracia em todas as suas vertentes, manietada pelo rolo compressor da maioria CDS/PP, força governante já lá vão 40 anos, origina que em Ponte de Lima existam factores que coartam o exercício conquistado com o 25 de Abril de todos os cidadãos e cidadãs participarem livremente em actividades de cidadania social e política,neste ponto de vista e em muitos outros essenciais para o desenvolvimento harmonioso do Concelho.

É preocupante e clara a involução na democracia política e participativa em Ponte de Lima de que é facto, entre outros, o exemplo flagrante da apresentação de candidaturas à assembleia de freguesia de Ardegão, Freixo e Mato.

No cenário do mapa político autárquico nesta parcela de território de freguesias anexadas pela incongruente reorganização administrativa, das candidaturas apresentadas às eleições autárquicas do ano 2013, ressalta a olho nu o estranho desaparecimento do PSD, inclusive tinha 3 eleitos na assembleia de freguesia, e do PS igualmente varrido do cenário autárquico de Ardegão, Freixo e Mato. Só 3 forças políticas apresentaram candidaturas agora em 2017, a saber foram a CDU, o M51 e o CDS.

Com determinação, com audácia revolucionária, a esquerda neste contexto, concretamente a CDU - Coligação Democrática Unitária – PCP/PEV, contra os ventos do deficit democrático neste rincão do Vale do Neiva, apresentou a sua candidatura a Ardegão, Freixo e Mato contribuindo assim para dar o direito democrático de escolha à população destas três freguesias.

Está na hora e no tempo certo! O reforço eleitoral da esquerda em Ponte de Lima, que é o mesmo que dizer da CDU, é indispensável para a criação das condições necessárias que possam ajudar na luta, no combate ao desânimo, ao conformismo, à resignação, confiando num projecto de alternativa e de mudança. Um projecto autárquico que não oferece dúvidas quanto ao carácter ímpar da sua candidatura que dá vida ao lema “Honestidade, Trabalho e Competência”.

Ponte de Lima, 20 de Setembro de 2017

Tarquínio Vieira

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Nueva versión de “Yolanda” en las voces de Omara Portuondo y Haydée Milanés

Nueva versión de “Yolanda” en las voces de Omara Portuondo y Haydée Milanés: Una nueva versión del famoso tema Yolanda, del cantautor Pablo Milanés llega al público este viernes en las voces de la cantante cubana Haydée Milanés y la diva Omara Portuondo, a través de las plataformas digitales de música. De este modo, la joven cantante suma valor a la edición Deluxe del disco Amor, en el…

terça-feira, 16 de maio de 2017

NeuroEpo, medicamento cubano para retrasar el Alzheimer en fase de ensayo clínico

NeuroEpo, medicamento cubano para retrasar el Alzheimer en fase de ensayo clínico: En la búsqueda por retrasar el avance del Alzheimer y mejorar la calidad de vida de las personas que la padecen, Cuba anunció la realización de un ensayo clínico con el medicamento NeuroEpo, con el objetivo de lograr un tratamiento más efectivo. El fármaco es de producción 100% cubana y fue creado por el Centro…

segunda-feira, 27 de março de 2017

Tentação

Tentação
 
Na paisagem da noite
sobe o facho da luz
no pavio do desejo
em fogo ardente
de sonhos apagados
enrolados no vento
do papel da vida

Ponte de Lima, 27 de Março de 2017

Tarquínio Vieira

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Os Sapatos da Páscoa

Os Sapatos da Páscoa

Aqueles sapatos da páscoa
feitos à medida do pé
tinham o brilho da chieira
de mostrar o fascínio
de usar o novo das cores da satisfação
em festejos da época dos compassos

Os sapatos novos da páscoa
traziam o feitio talhado no corte
de nas partidas de jogatanas escaldantes
entre bairros populares históricos
debaixo da ponte, no areal ou nas ervinhas
a rapaziada entrar a terreiro de pé descalço
para não esmurrar o cabedal nas biqueiras
e não romper sempre e depressa as solas

Os sapatos novos da páscoa
foram a grandeza da alegria
de usar uma dádiva de carinho
fruto do suor de um ano de trabalho
do engenho dos lavradores de semear a terra
da arte dos operários de produzir obra
na altura da época dos rôxos pálidos
que afrontavam a praga do sinal de pobreza
de usar sapatos de pala branca em janeiro

Os sapatos novos da páscoa
enformam no imaginário
da redacção não feita na escola
se calhar pela falha no aparo
que não deixou romper o idear
da criação de dar molde ao estilo
e forma de letra em caligrafia corrente
de descrever os festejos ancestrais

Ponte de Lima, ano novo de 2017
Em 11 de Janeiro

Tarquínio Vieira