sábado, 31 de dezembro de 2011

Extracto da entrevista da filha de Che Guevara

SOLTAS NA PONTA DA BOTA!
Este extracto da entrevista da filha de Che Guevara, constitui uma das mensagens mais fortes no campo da lutas das ideias e o maior alento para fazer de 2012 melhor para a humanidade.
Aleida Guevara March, filha do Che e de Aleida March, esteve na Argentina apresentando o livro Evocação , escrito por sua mãe, que fez parte da luta clandestina em Cuba, guerrilheira, militante revolucionária até hoje, mãe de quatro filhos do Comandante. Deu uma Entrevista exclusiva para a Central de Trabajadores de Argentina (CTA).
- Qual é a validade do novo homem na sociedade de hoje?
O novo homem não é algo acabado, é algo que se vai criando e se vai transformando através da percepção da sociedade. Cada vez que tu  melhoras a sociedade deve melhorar o homem. 

E cada vez que melhorar o homem vai exigir uma sociedade mais avançada. É como se alimentam. Eu  faço isto para melhorar isto, quando melhora isto vou  a exigir mais, porque eu necessito de mais, então o novo homem irá evoluir como a sociedade se torna melhor para todos.

É algo que pode ser notado hoje. Quando você envia jovens para lugares que nunca antes foi um médico e resistem e trabalham e tornam-se muito mais conscientes, isso é muito positivo e bom para nós.

30 DICIEMBRE 2011
 Por Manuel Alzina
CTA

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Frei Beto: O ovo da serpente - Portal Vermelho

Frei Beto: O ovo da serpente - Portal Vermelho

Não se deu a devida importância a um pequeno detalhe aritmético: se há duas galinhas para duas pessoas, e uma se apropria das duas, a outra fica a ver navios... E quando a fome bate, quem nada tem invade o espaço de quem muito acumulou
O descaramento é tanto que o pacote do FMI inclui menos democracia e mais intervencionismo. Quando Papandréu, primeiro-ministro da Grécia, propôs um plebiscito para ouvir a voz do povo, o FMI vetou a proposta, depôs o homem e nomeou Papademos, um tecnocrata, para o seu lugar. Também o governo da Itália foi ocupado por um tecnocrata. Como se o fim da crise dependesse de uma solução contábil.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

O PINHEIRINHO NO NATAL

O PINHEIRINHO NO NATAL

A casa está muito fria, atiça o lume e põe na lareira uma canhota, já agora encosta essa pinha para ao menos dar um aroma a esta quadra, em tempos de tão poucos pinhões para jogar ao rapa, tira, deixa e põe.

É tempo presente de rememorar o menino de seu nome Jesus que quando se fez Homem nas suas lutas de peregrinação por um mundo melhor correu com os vendilhões do templo. Depois foi atraicionado por um traidor de nome Judas para o entregar nas mãos crucificadoras dos carrascos servidores dos interesses dos senhores do templo de todos os males da terra.


Os tempos de agora deram ao mundo outros vendilhões, que nunca brincaram quando meninos, ao jogo do rapa, para saberem o que é o equilíbrio da justeza da repartição. Quando um tirava o rapa tudo, logo a seguir distribuía os pinhões por todos para o pião, do jogo do rapa, produzir nova colheita.

Nestes tempos presentes os vendilhões da humanidade rapam tudo o mais que podem rapar, para repartir as riquezas por todos os vendilhões destes tempos de regimes de sociedades mal paridas.

Estamos num tempo em que as pessoas são empurradas para o abismo do viver mal, é como já não tivessem nomes, até a dignidade de terem direito a usufruir de todo o básico para ter uma vida com alegria e felicidade é negociado pelos vendilhões da soberania e das riquezas dos povos com os agiotas do rapa tudo da agiotagem financeira.


Desvia um pouco a pinha do lume da lareira e dá um jeito nesse pote para as couves saírem tenrinhas e saborosas. Amanhã, vamos ao musgo para o presépio e pedir um pinheirinho para a árvore de natal, este ano as luzes não podem estar muito tempo acesas, a electricidade está mais cara que o ouro, os coelhinhos de chocolate para enfeitar o pinheirinho vão ser menos, pois nestes tempos veio um coelho mandrião e servidor, mandado por aqueles grandes do templo de rapina da banca financeira e comeu o subsídio de natal do poder de compra desta quadra.

Aqui passa o calor do querer das pessoas que querem ter nomes, ser felizes e alegres, com direitos de possuir saúde, ensino, habitação, cultura e emprego, que estão a preparar o não massivo ao templo da rapina e agiotagem financeira para correr com os vendilhões, resgatar de volta a honra e a dignidade de viver no seu País de acordo com a sua vontade e num mundo mais humano e melhor porque o Homem Jesus também lutou.


É tempo de boas-festas e de noite feliz é tempo de dizer não! Já basta de tempos difíceis! Os meninos dos bairros negros dos Países têm o direito humano de que os Pais e as famílias não sejam mais violados nos seus direitos humanos para garantirem uma vida aonde o sol brilhe e a lareira aqueça os sonhos da pedra filosofal a pularem e a avançarem enganchados no pinheirinho de todos os Natais.


domingo, 11 de dezembro de 2011

Os países da crise económica global no fundo do poço!

Os países da crise económica global procuram soluções políticas



11.Dez.11 :: Outros autores
D.E.W. Gunasekara
A actual crise do capitalismo é uma combinação de várias crises – crise da dívida, crise do défice, crise do comércio externo, crise do emprego, crise do investimento, crise das poupanças e crise do consumo – e agora crise de confiança. Todas as receitas para revitalizar as economias se mostraram negativas. O presidente Obama, que chegou ao poder para resolver a crise, nem sequer foi capaz de a dominar. Os criadores desta crise global estão à procura de soluções políticas, sem soluções económicas em vista e através da agressão e ofensiva militares.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

SOLTAS NA PONTA DA BOTA!



SOLTAS NA PONTA DA BOTA!



Se os povos da Europa não se levantarem, 
os bancos trarão o fascismo de volta
por Mikis Theodorakis
No momento em que a Grécia é colocada sob a tutela da Troika, que o Estado reprime as manifestações para tranquilizar os mercados e que a Europa prossegue nos salvamentos financeiros, o compositor Mikis Theodorakis apela aos gregos a combater e alerta os povos da Europa para que, ao ritmo a que as coisas vão, os bancos voltarão a implantar o fascismo no continente. 


Entrevistado durante um programa político popular na Grécia, Theodorakis advertiu que, se a Grécia se submeter às exigências dos chamados ".parceiros europeus"será ".o nosso fim quer como povo quer como nação". Acusou o governo de ser apenas uma "formiga" diante desses "parceiros", enquanto o povo o considera "brutal e ofensivo". Se esta política continuar, "não poderemos sobreviver … a única solução é levantarmo-nos e combatermos". 

Resistente desde a primeira hora contra a ocupação nazi e fascista, combatente republicano desde a guerra civil e torturado durante o regime dos coronéis, Theodorakis também enviou uma carta aberta aos povos da Europa , publicada em numerosos jornais… gregos. Excertos:

"O nosso combate não é apenas o da Grécia, mas aspira a uma Europa livre, independente e democrática. Não acreditem nos vossos governos quando eles alegam que o vosso dinheiro serve para ajudar a Grécia. (…) Os programas de "salvamento da Grécia" apenas ajudam os bancos estrangeiros, precisamente aqueles que, por intermédio dos políticos e dos governos a seu soldo, impuseram o modelo político que conduziu à actual crise. 

Não há outra solução senão substituir o actual modelo económico europeu, concebido para gerar dívidas, e voltar a uma política de estímulo da procura e do desenvolvimento, a um proteccionismo dotado de um controlo drástico das Finanças. Se os Estados não se impuserem aos mercados, estes acabarão por engoli-los, juntamente com a democracia e todas as conquistas da civilização europeia. A democracia nasceu em Atenas, quando Sólon anulou as dívidas dos pobres para com os ricos. Não podemos autorizar hoje os bancos a destruir a democracia europeia, a extorquir as somas gigantescas que eles próprios geraram sob a forma de dívidas. 

Não vos pedimos para apoiar a nossa luta por solidariedade, nem porque o nosso território foi o berço de Platão e de Aristóteles, de Péricles e de Protágoras, dos conceitos de democracia, de liberdade e da Europa. (…) 

Pedimos-vos que o façam no vosso próprio interesse. Se autorizarem hoje o sacrifício das sociedades grega, irlandesa, portuguesa e espanhola no altar da dívida e dos bancos, em breve chegará a vossa vez. Não podeis prosperar no meio das ruínas das sociedades europeias. Quanto a nós, acordámos tarde mas acordámos. Construamos juntos uma Europa nova, uma Europa democrática, próspera, pacífica, digna da sua história, das suas lutas e do seu espírito. Resistamos ao totalitarismo dos mercados que ameaça desmantelar a Europa transformando-a em Terceiro Mundo, que vira os povos europeus uns contra os outros, que destrói o nosso continente, provocando o regresso do fascismo".

07/Novembro/2011
A versão em francês encontra-se em www.centpapiers.com/... e em http://www.silviacattori.net/article2301.html 
Tradução de Margarida Ferreira. 

Este apelo encontra-se em http://resistir.info/ .

domingo, 30 de outubro de 2011

A bicicleta e o barquinho de papel

A bicicleta e o barquinho de papel
Entusiasmado nas pedaladas titubeantes de debute, Tatu... montado na bicicleta alugada por meia hora ao garagista da Matriz fez um recorrido pelas ruas da sua urbe. Convencido de já ter maturado o domínio do guiador e a técnica de equilíbrio  no quadro, pus peso nos pedais e a “pasteleira” num chiar de gingar é tomada por uma velocidade não calculada, galga um obstáculo inesperado no percurso, Tatu... já sem manobra de controle da ginga vai embater contra a parede de que resulta um tombo sério, olha para um lado e para outro sem perceber como acontecem estas anomalias, quando parecia estar seguro dos princípios básicos de manejar o entendimento com o veículo  de duas rodas.

Tatu... no rescaldo do susto do tombo sério é surpreendido por uma tempestade outonal altamente chuvosa, pega no barquinho de papel, feito por mãos habilidosas, põe-lo a navegar no reacho das águas da chuva ao encontro de uma viagem sem timoneiro e sem bandeira pela rota dos sonhos almejados desde o ponto de partida até ao ponto de chegada. E o barquinho de papel lá foi navegando na enxurrada até desaparecer de vista levado pela corrente de ventos e marés até outras paragens para atracar ou encalhar na solidão à espera de outras mãos habilidosas, determinadas a  dar-lhe nova rota de navegação.

A manhã desperta com o alvoroço da azáfama do dia de feira, Tatu... pega na sacola da escola e caminha pelo recinto da feira, bom-dia Senhor António da Bouça... Olá rapaz... então que me dizes... ó senhor António deixe-me dar uma voltinha na sua bicicleta... Sim deixo, mas no fim da escola, já sabes aonde ela está! Tatu... caminhou até à escola num ápice a conjurar a aventura da liberdade de ter uma “pasteleira” à disposição para dar uma curvas. Montado na bicicleta partiu sem destino, ainda não se tinha ajustado ao quadro é mandado desmontar  por um agente da fiscalização... ora então vamos lá apresentar a carta de velocípedes... mas eu não tenho nada disso, e agora?.... agora vais dizer lá em casa que tens de tirar a carta de velocípedes, e tens sorte ficarmos só por aqui!

Desiludido, Tatu... deixa a bicicleta aparcada no mesmo sitio. Pega na sacola de serapilheira da escola e a barafustar com a má sorte do dia, vem-lhe à mente o que terá acontecido ao barquinho de papel? Ao menos que tenha dado a bom porto e ido parar a boas mãos! Os barquinhos de papel são livres como o pensamento não precisam de ter autorizações de nada nem de ninguém para navegar por onde a corrente queira.

Barquinho de papel
Barquinho de papel
sem nome, sem patrão
e sem bandeira
navegando sem timão
por onde a corrente queira.


Aventureiro audaz.

Pirata de papel quadriculado
que minha mão, sem passado,
deitou à beira dum canal.



Quando o canal era um rio.
Quando o tanque era o mar
e navegar
era brincar com o vento.
Era um sorriso em tempo
fugindo bem feliz
de país em país
entre a escola e minha casa.
Depois o tempo passa
e você esquece aquele
barquinho de papel.



Barquinho de papel

em que estranho areal
estão encalhados
teu sorriso e meu passado
vestidos de colegial.


sábado, 8 de outubro de 2011

SOPRANDO NOS VENTOS DA ESPERANÇA

SOPRANDO NOS VENTOS DA ESPERANÇA

Sentado no banco da meditação, Guga... mergulhou  no bosque das rarezas e encontrou-se com o moinho de papel zumbido nos ventos do Outono ao encontro do perfume das azinhas das uvas morangas penduradas nas videiras relaxadas da safra das vindimas.

Os momentos são a vida mesma, é como o moinho de papel em mãos de criança correndo nos ventos da esperança do sabor de uma chávena de cacau quente nas madrugadas frias do encosto dos sonhos do outono da vida. Guga... embalado pelos redemoinhos do caderno virtual dos apontamentos, saboreou o divino sabor de uma chávena de cacau no Mercado da Ribeira, depois da noitada de bailarico na Colectividade originária da sua região, acompanhada pelos ritmos do nascer da azáfama dos pregões dos vendedores e vendedeiras, a manta destapada do ganha pão do dia-a-dia da luta pela dignidade do trabalho.

Ao clicar na tecla dos segredos do Outono boreal, Guga... foi encaminhado para os saberes da resistência, como enfrentar as quedas na temperatura e vencer o amarelar do cair da folha das árvores. Metido com o pensamento dos seus botões, carregou no link da conversação e estabeleceu ligação com a Deusa heróica... que logo formulou o seu comentário... Sabes Guga... hoje o despertar do dia-a-dia não tem a eira cheia das colheitas do outono, estamos em tempos vestidos de hipocrisia selvagem, nunca a minha cabeça foi obrigada a pensar tanto na hora de ir às compras, as famílias cada vez mais vêem a folha dos seus apertados orçamentos não florir para pagarem as despesas essenciais, até já o direito aos alimentos, obrigam-nos a cortar em tudo aquilo a que temos direito, causa da quebra dos rendimentos, ao aumento desenfreado de impostos e à degradação contínua do mercado de trabalho, ou seja ao desumano desemprego.

Assim mesmo é Deusa heróica... Estes ventos do Outono sopram aos nossos ouvidos com a mensagem urgente que é preciso derrotar a repugnante sociedade neoliberal para poderem ser semeados os campos para produzir a esperança de reconquistar a arca dos alimentos das famílias, do direito ao trabalho, da educação e do direito de sonhar com a felicidade dum moinho de papel a soprar nas mãos de todas as crianças do planeta terra, sem fome e com paz.








sexta-feira, 30 de setembro de 2011

SOLTAS NA PONTA DA BOTA!

Zona euro em chamas
30 DE SETEMBRO DE 2011 
O Governo da Grã-Bretanha comparou a crise da zona do euro como um prédio em chamas sem saída, e destacou que a população da Alemanha  acabará subsidiando alguns membros mais débeis da zona euro pelo resto de sua vida. O Ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, o conservador William Hague, afirmou que o grupo de países europeus com o euro está sofrendo ", como um prédio em chamas sem saída."
Assim cruelmente pintou o panorama o alto funcionário britânico, mas embora pretenda mostrar o Reino Unido  distante das vicissitudes da zona do euro, nada está garantido que permanecerá a salvo  das rodas da crise financeira e estrutural do capitalismo, que ameaça em não deixar fantoches com cabeça, e a acertada  imagem de “edificio em chamas sem saída”, ela cai a todo o sistema como uma luva.


Já no que respeita ao pacto monetário da União Europeia, posto em questão por Haia, alguns indicadores divulgados na sua sede central em Bruxelas são bastante eloquentes. Tem-se observado, por exemplo, que a confiança económica na entidade regional e na zona do euro caiu 3,4 por cento, e país por país, coloca a Itália na frente seguido por França e o Reino Unido.

Na quinta-feira o Parlamento alemão acordou por maioria que o Estado continuará assumindo o cargo do chamado resgate financeiro da Grécia, ou o que é o mesmo que a aplicação de uma férrea e insuportável tenaz que limita cada vez mais a  vida dos gregos, a quem impuseram que paguem com sacrifícios  os disparates das impunes oligarquias bancárias. E parece que tudo não parará por aí, visto ser reconhecido com base na previsão de Haia, de que o povo alemão terá que subsidiar os membros mais débeis da zona do euro como Grécia, Espanha e Portugal, para o resto de sua vida.

Nem saída para o edifício em chamas, nem bombeiros que as apaguem, sem tocar o fundo estrutural do sistema.


publicado em

terça-feira, 20 de setembro de 2011

PARA PURIFICAR AS CONSCIÊNCIAS E MELHORAR AS MENTALIDADES1

SOLTAS NA PONTA DA BOTA!

SOLTAS NA PONTA DA BOTA!

Conteúdo na integra da entrevista de:



D. Januário Torgal: “Tenho vergonha do meu País”

O bispo das Forças Armadas acusa o governo de falta de sensibilidade e de incompetência diante da multidão de pessoas que já foram desapossadas da sua dignidade e do respeito por elas próprias. E diz que não quer ser cúmplice.

D. Januário Torgal: não devo dormir tranquilo perante toda esta multidão de pessoas que já foram desapossadas da sua dignidade. Foto da Lusa

Numa entrevista ao jornalista Manuel Vilas Boas, da TSF, o bispo das Forças Armadas, D. Januário Torgal Ferreira, diz não querer ser cúmplice com “esta multidão de pessoas que já foram desapossadas da sua dignidade, do respeito por elas próprias”, elogia a esquerda e acusa o governo de falta de sensibilidade e de incompetência.

“Tenho vergonha porque numa casa onde os mais pequenos não se podem sentar à mesa e comer do mesmo pão, que é o pão dos direitos e da dignidade, quem estiver a presidir à mesa deve sentir-se cúmplice”, disse D. Januário. “E se nos dizemos Igreja, servidores do mundo, devo sentir-me cúmplice e não devo dormir tranquilo perante toda esta multidão de pessoas que já foram desapossadas da sua dignidade, do respeito por elas próprias e a quem as promessas vão no pior sentido”.

Januário recorda o passado e diz ter tido vergonha da Igreja quando esta se calou e se ajoelhou diante de Salazar. Lembra que homens da Igreja foram educados no medo e não na liberdade e no à vontade de dizer o que pensam.
E afirma que hoje em dia, uma pessoa que toca em aspectos sociais é alguém que é de esquerda. “Mas então honra seja feita à esquerda”, afirma, apontando que há muitos comunistas que são mais católicos que muitos católicos”. E questiona: “porque é que só em momentos eleitorais se vai para as feiras? Se vai para os banhos de multidão e se dá beijinhos em gente mais simples?”

Quanto ao actual governo, D. Januário nota falta de sensibilidade nuns casos e noutros perfeita incompetência. “A gente vai dizer para o governo se sentar e nos ouvir”. Não fomos educados na arte do diálogo”, diz, referindo-se também aos que fazem críticas à Igreja.

O bispo das Forças Armadas aponta a falta de cultura democrática que ainda existe, “As pessoas não estão habituadas a quem vem manifestar oposição”.E dá como exemplo a coluna dominical de domingo de Frei Bento Domingues no Público. “Para a mentalidade de muitas pessoas, ele não é nada meigo, diz uma palavra que tem uma originalidade única. Mas há pessoas que ficam incomodadas...”

D. Januário alerta que “há muita gente que gostaria do regresso de Salazar. Isso é uma tragédia”. Mas, na sua opinião, devemos tratar essas pessoas como o Salazar nunca ousou tratar quem diferia dele. “Tratar as outras pessoas de forma diferente que essas pessoas, nas suas fontes culturais, trataram as outras”, isto é, com democracia.

O bispo das Forças Armadas alerta que “há quem não defenda a ditadura, mas que defenda que uma ditadurazinha de algum tempo, que uns safanõezinhos faziam muito bem. Eu digo, os safanões, o prender, o bater só faz mal.”

O que o leva à crítica à guerra do Iraque. “Houve jornalistas que me chamaram 'fundamentalista do Iémene' quando eu disse que estava em total desacordo com a guerra do Iraque”, recorda. D. Januário defende a Primavera dos países árabes e nota que não houve tiques religiosos, o que houve foi tiques de cidadania. “São islâmicos, e portanto o Islão é compatível com a liberdade e até com a democracia. Ao contrário do sr. Bush, que queria impor a democracia com as armas, pode-se chegar à democracia através da razão”.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

SOLTAS NA PONTA DA BOTA!

SOLTAS NA PONTA DA BOTA!
E o Euro, falhou?
 
19.Set.11 

A crise da dívida soberana, transformada em crise da Zona Euro, levou a que os hossanas antes «cantados» em torno do Euro se transformassem na afirmação do seu falhanço, na boca de muitos comentadores de serviço e economistas encartados.

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O «Pacto para o Euro mais», decidido no Conselho Europeu de Primavera a 24 e 25 de Março de 2011, mostra sem rodeios para que serviu e serve o Euro – reduzir os custos unitários de trabalho. A austeridade imposta pelo Euro, por via de uma política monetária restritiva e do(s) PEC(s), serve o propósito estratégico de restaurar as condições de rentabilidade do capital, por via do incremento da exploração do trabalho, num contexto de uma crise sistémica.
O Euro foi e é uma «declaração de guerra» aos trabalhadores dos países da Zona Euro e de toda a UE. Uma década de desvalorização social e de desemprego crescente assim o demonstra. Apesar das contradições, a integração capitalista reforça-se criando mecanismos de constrangimento absoluto, elevando o patamar da ofensiva de classe em curso.
A emancipação dos trabalhadores portugueses e dos outros trabalhadores dos países que constituem a UE, passa pela tomada de consciência que não existem saídas no actual quadro que não passem por uma ruptura com as políticas vigentes, pela necessidade de derrotar o instrumento de classe que é a UE, de fazer retornar aos Estados os instrumentos de política económica, monetária, orçamental e cambial e  pôr no domínio público os sectores estratégicos que permitam alavancarem o desenvolvimento económico dos países, ao serviço dos trabalhadores e dos povos. Ter consciência que só a luta de massas e a elevação do grau de organização da luta poderão derrotar a ofensiva em curso. Tendo presente que  os tempos das inevitabilidades e das irreversibilidades acabaram e que os tempos são de oportunidade, tendo em conta as contradições inter-capitalistas.  Hoje, como ontem, o que é necessário é que os trabalhadores e os povos tomem nas suas mãos a afirmação do seu destino, liberto da exploração. O combate ao Euro, às orientações que lhe dão suporte e às políticas que viabiliza, é parte indissociável desta luta mais geral.
Nota: Este artigo foi publicado na Revista "Portugal e a UE", nº 61, Agosto 20
(extraído de o diario.info) – ver estudo completo em E o Euro, falhou? 

domingo, 18 de setembro de 2011

SOLTAS NA PONTA DA BOTA!

SOLTAS NA PONTA DA BOTA!



PARIS .- A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) anunciou que pelo menos 793 milhões de pessoas em todo o mundo não sabem ler nem escrever, segundo o último relatório divulgado no dia da comemoração do Dia Internacional da Alfabetização.
O estudo assegura que a maioria de essas pessoas são mulheres e meninas, acrescentando que uns "67 milhões de crianças em idade escolar não frequentam a escola primária e 72 milhões de adolescentes em idade de cursar o primeiro ciclo do ensino secundário não estão desfrutando desse seu direito à educação ".
O organismo mundial  detalhou os índices por regiões aonde se verifica o maior número de pessoas que não sabem ler e escrever.
Adiantou que o Sul e o Oeste da Ásia albergam mais da metade da população analfabeta mundial, uns 51,8%, enquanto que na África Subsariana vivem 21,4% de os adultos analfabetos.
Na Ásia Oriental e no Pacífico estão 12,8% de analfabetos, nos Estados Árabes 7,6% e na América Latina e Caribe 4,6%. América do Norte, Europa e Ásia Central somam, por sua parte, cerca de 2% de adultos analfabetos, referiu a UNESCO. No total onze países no mundo têm mais de 50 por cento dos adultos analfabetos:. Benin, Burkina Faso, Chade, Etiópia, Gâmbia, Guiné, Haiti, Mali, Níger, Senegal e Serra Leoa (Telesur / EFE)


PENSAMENTO


FAÇAMOS UMA REFLEXÃO.-
A quem interessa que os povos vivam na ignorância e mergulhados no analfabetismo?
Aos poderosos e abutres da ditadura do poder económico e financeiro, a sociedade neoliberal, para mais facilmente manipular as consciências e apoderarem-se das riquezas da humanidade e fomentar as guerras de ocupação de países soberanos!
Em Portugal por imposição e ingerência da Troika estrangeira e posta em marcha pelos gestores da troika nacional caminhamos para o descalabro civilizacional no sistema de ensino.
A destruição da escola pública é inseparável de um caminho de mais de 35 anos de política de direita, e brutalmente agravada com a concretização pelo actual governo do programa de agressão e submissão que PS, PSD e CDS subscreveram com a Troika.
O sistema educativo e a Escola Pública estão hoje confrontados com um conjunto de problemas que só terão solução num contexto de rejeição do programa de agressão que está em curso e de ruptura com a política de direita, abrindo caminho a uma outra política educativa que assuma a educação como um valor estratégico fundamental para o desenvolvimento do País e para o reforço da identidade e soberania nacional, com prioridade para um efectivo combate ao abandono e ao insucesso escolar e educativo.
Numa sociedade que se quer mais desenvolvida e mais justa, a Educação e sobretudo a sua componente escolar, não pode ficar capturada por aqueles cujos interesses estão centrados no aumento da exploração e das injustiças sociais.
O país precisa de um ensino de qualidade que cubra o objectivo da democratização e as necessidades educativas individuais e sociais e da economia, tal como o PCP propõe. Objectivo que requer uma coerente linha de construção de uma Escola Pública, de qualidade, gratuita e para todos, que deve mobilizar as vontades intervenientes no processo educativo.**
(** extraído de documentação do PCP)