Conto de Natal com Estátuas
O que será aquele verde que observo cá do alto do meu
pedestal “improvisado” lá para as margens do rio saudoso e cristalino?
- Senhora Dona Foralense, são ideias caducas
da modernização perversa que implantaram erva nas suas margens!
Não me digas! Será
para que as renas natalícias, que estão para chegar, se alimentem? Mas é muita
verdura, as renas ainda apanham um fartote que depois não se vão poder mexer
para puxarem o trenó das compras para reavivar o comércio tradicional.
- Pois é Senhora
Dona Foralense e, que tanto o comércio tradicional precisava de que as renas
trouxessem no trenó a dádiva de restituir o poder de compra de todos aqueles
que trabalham e fazem o natal durante todos os dias do ano!
Tocam as trombetas mensageiras, lá do alto da Torre de São Paulo a anunciar a abertura da
quadra natalícia, num dia frio de Dezembro, com o ceú encoberto pela austeridade
trazida pelos ventos da agiotagem que, levam o direito de famílias a não se
poderem aquecer, porque os figurões mandaram cortar a electrecidade por não
terem os euros para pagar o aquecimento do aconchego das luzes da árvore de
Natal.
- É verdade, Senhor
Observador Altaneiro, vós aí do alto, sabeis observar as desgraças que a
malandragem da austeridade mandou implodir nas nossas terras, titulada “terra
rica da humanidade”. Senhor Observador Altaneiro, quanto a esse malfado euro,
travestido de moeda, só semeou a destruição de todos poderem ter um Natal com
bacalhau e rabanadas na mesa da ceia do Natal.
No Arco das Muralhas, espera o galo da meia-noite para
cantar três vezes a dar a boa nova que, as gentes do nosso povo cortou as
amarras das Troycas usurpadoras do direito de quem trabalha a ter o agasalho da
felicidade de dar à criançada, alegria do Natais de todos os Mundos, o presente
que o sapatinho espera, aquecido pelos potes de ferro na lareira, que dá a
liberdade ao fumo para sair pela chaminé e permisso a entrar o saco das prendas trazido pelo
operário do Natal – conhecido por Pai Natal.
A Ceia está animada, preparam-se os animadores da noite
feliz, entra o violino, o rabecão, os ferrinhos e o pandeiro. A orquestra
familiar espalha a animação tradicional pela madrugada, com melodias do reportório natalício, de outros tempos e
também tempos de agora, até ser o dia do Natal que traga sonhos em contos de
todos os dias de Boa Nova nas pautas musicais da esperança dos Natais de um
Mundo a viver melhor, sem guerras e com Paz.
Rua do Souto, 10 de Dezembro de 2012