quinta-feira, 25 de abril de 2013

Último Olhar


Ao Luís Tavares “El Comandante”



Estamos a 10.000 Kms de distância
A beber um mojito
Na Bodeguita del Medio

 

 Último Olhar

Hoje a música está baixa
toca em decibéis notálgicos
reproduzida em jactos sonoros de solidão
propagados na distância
em assobios de papagaio                            
                                                                         
No bufete das mãos fraternas
mar de amigos do povo sincero                                                       
A rampa
estremece de ausências
na foz dos copos de cerveja
em ondas de marés intemporais

Na sentida firmeza da Hasta Siempre!
flutuam num acerbo de vai e vem
imagens, pinturas, flamulas
acariciadas com murmúrios de boleros
p’ra não deixar morrer as ideias
pigmentadas na mesa do último olhar
mirada, em pensamentos irrequietos
do que a vida tem de cru e de belo

Hoje a música está baixa
toca em decibéis notálgicos
cantigas embaladas de ritmos infinitos
imaginários de inquietudes
levadas nas asas de papagaio
em voos picados de vazios e de ausências  

Rua do Souto, 25 de Abril de 2013
Tarquínio Vieira



segunda-feira, 15 de abril de 2013

Poema para o 25 de Abril


Poema para o 25 de Abril

Aqui é o povo que luta e resiste
liberto das amarras da submissão
força de consciência colectiva
aqui é o povo de Abril 
sem temores e sem medos

Aqui é o povo de Abril 
que vale pelo que luta
nas ruas, nas avenidas, nas praças, no trabalho
destemido a encontrar os caminhos
da construção da sociedade do homem novo
aqui é Abril em povo que traz o futuro
na força da consciência colectiva

Aqui não são quaisquer números
é o povo que luta e resiste
com as armas que tem nas mãos
feitos cravos vermelhos em Abril
aqui é o povo que luta 
pelo trabalho e pela dignidade

Aqui somos povo humanidade
em dádivas 
de amor revolucionário 
sem medos
aqui é Abril em povo 
que luta e resiste
na fábrica, no local de trabalho, nas ruas
pelo mundo melhor de felicidade e de bem-estar
aqui é o povo 
determinado em fazer cumprir Abril
posto de comando 
da luta pela soberania nacional e a justiça social
aqui é o povo 
força da consciência e da vontade colectivas 
na rebeldia do sonho de amor revolucionário 
do homem novo

 Não somos povo de pantufas e roupão
somos Abril em povo que luta e resiste

Rua do Souto, Abril do ano de 2013
Tarquínio Vieira