segunda-feira, 18 de julho de 2011

O SENTIR DO VALOR DAS COISAS


QUADROS DE RECANTOS
Pelo caminhar dos passeios pedrestes, muitas coisas armazenadas vem ao pensamento, quadros retidos na lente filmica da memória, reflectidos nos trilhos do caminho, no arvoredo da paisagem, nas águas do rio ou no horizonte dos montes, exercício do desfolhar do caderno da fonte do quotidiano cénico do teatro da vida.



É um album das vivências e convivências destes lugares tão nossos, retransmitidos na optica visual em procura do belo e do romântico.  Ao cimo o secreto e angélico explendor da Escadaria e da Capela das Pereiras com toda a sua envolvente mistica, cheia de romantismo guardado nos gemidos inexprimiveis da sua estreita quelha. 




 Mais adiante,  deparamos com o  Largo dos Quartéis refelectido no controbado e multiplo  histórial  de funções passadas do “edifício dos quarteis”, fazendo eco para se ouvir o toque das cornetas  inconformadas pela triste aparência do Caramanchão da Lapa, distinto  possuidor do diploma de vedeta de desfiles bairristas, de recanto de enamorados e testemunha dos fenómenos dos fantasmas da meia-noite.

 As Trepadeiras, guarda-de-honra de entrada para o  Parque da Lapa, escondem-se no desalento de abandono do seu fontanário sem água para seu alimento, carpindo a sua mágoa pela pouca beleza e tratamento dos seus jardins, antes medalhados com o encanto das almas penadas da meia-noite do bem e do mal.

Num flash de meditação ouvimos a voz musical do Coreto, esquecido no jardim das notas sem som, apontando a sua batuta lá para as bandas da Sala de Visitas, exigindo que a beleza da sua arquitectura seja mostrada aos rostos da nossa expressão minhota, amantes das formações musicais, em concertos de partituras de notas musicais vivas e com aplausos para todos os executantes da arte das bandas filarmónicas.




No desaguar deste desfolhar de quadros de recantos desta terra linda cantada na poesia de  António Feijó, navegamos de coração caminhante na aprendizagem de sentir o valor das coisas que encantam o gosto de apreciar o belo e desperta  o conceito de pertença, respeito, defesa e conservação do património que é  de todos e para todos.










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